Na reunião desta quinta-feira (12), a programação será iniciada com a disputa do Prêmio Manoel Ribas, homenagem do Jockey Club do Paraná à notória figura pública e importante personalidade da política e do turfe paranaenses. O páreo está previsto para as 17:15h.

Saiba mais sobre nosso homenageado:

Manoel Ribas, filho de Augusto Ribas e Pureza de Carvalho Ribas, nasceu em Ponta Grossa, Paraná, dia 08 de março de 1873. Herdou o nome do avô, o brigadeiro Ribas, que fez a expedição ao alto Paraná a fim de guarnecer as fronteiras durante a Guerra do Paraguai. Estudou em Castro, no colégio do Professor Serapião, onde foi aluno de Rocha Pombo. Casou-se também nessa cidade. Manoel Ribas teve como destino aos 24 anos a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul para organizar a Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea. A administração notável possibilitou que o político se tornasse prefeito desta cidade em 1927.

Após a Revolução de 30 e a renúncia do General Mário Tourinho, interventor do Paraná, o presidente do Brasil na época, Getúlio Vargas requisitou a vinda de Manoel Ribas para o Estado do Paraná com o intuito de conciliar os conflitos políticos ali existentes.

Manoel Ribas assumiu o Governo do Paraná no início de 1932 e permaneceu à frente do governo por treze anos. Mesmo diante dificuldades financeiras do Estado, realizou grandes feitos assistencialistas e importantes obras visando o desenvolvimento da região, como por exemplo, a Estrada do Cerne e o início da construção da Estrada de Curitiba a União da Vitória e de Ponta Grossa a Apucarana.

Manoel Ribas também fomentou a agricultura, pecuária e a educação, principalmente com a construção de escolas, como o atual Colégio Estadual do Paraná e várias escolas rurais; implantou a distribuição de sementes selecionadas; intensificou a melhoria da pecuária, inclusive na criação de cavalos de corrida, promoveu a importação de reprodutores bovinos da raça “Jersey”; reaparelhou o Porto de Paranaguá; apoiou a cafeicultura; priorizou a Saúde Pública, com a implantação de centros de assistência sanitária, laboratórios e dispensários.

Autodidata, simples, severo, era, apesar do gesto rude, um grande coração; generoso e honesto, destacava discursos longos e homenagens protocolares. Em torno de seu procedimento singular criaram-se lendas de sabor folclórico, como o apelido de “Mané Facão” que adveio-lhe do corte, a que foi obrigado, de funcionários públicos em excesso diante de um quadro financeiro caótico que lhe incumbia administrar. Fiscalizava pessoalmente as repartições públicas, surpreendendo os funcionários relapsos que eram sumariamente demitidos. Com isso ganhou muitos inimigos, mas cativou respeito e confiança da maioria esmagadora da população. O fim do governo do político se deu após a deposição de Getúlio Vargas, em 1945.

Manoel Ribas, foi um benemérito do turfe paranaense, pois entre outras medidas, determinou que as propriedades que tivessem reprodutoras em atividades da raça P.S.I.; teriam menores compromissos financeiros com o Estado, ou seja, pagariam com descontos e com isso, alavancou e fomentou a criação do cavalo Puro Sangue Inglês e, consequentemente as corridas no Estado do Paraná. O velho prado de Guabirotuba foi substituído pelo novo Tarumã, e a partir de 1955 o Jockey Club do Paraná tomou bom impulso.

A criação melhorou em quantidade e qualidade, e as corridas melhoraram de padrão e em 1955 foi corrido o primeiro GP Paraná no novo Hipódromo do Tarumã, mas o primeiro Grande Prêmio “Paraná” já havia acontecido em 29 de Dezembro de 1942 no antigo Hipódromo do Guabirotuba aonde hoje se localiza a PUC, e foi vencido por CON OCHOS (Contento) um cavalo importado da Argentina, no tempo de 3’29”6 (o melhor nesta distância) para 3.100m; conduzido por Pedro Gusso Filho e treinado por Henrique de Souza; pelo prêmio de 25.000 cruzeiros, CON OCHOS era de propriedade do interventor Manoel Ribas, “patrono do turfe paranaense”.

Manoel Ribas faleceu em Curitiba no dia 28.01.1946.