Fonte: Coluna Cavalo Branco – Luiz Renato Ribas

– Quando o turfe, finalmente, voltou a mãos decentes graças a um movimento uníssimo em fins de 2014, após dilapidado impunemente por aventureiros, pode-se ver o drama.

– Foram quase doze meses sob intervenção judicial, até que se baniu não só os oportunistas, mas quase 3 mil sócios laranjas presenteados com fins de urna.

– A pretexto de facilitar a entrada de novos turfistas, vendeu-se a ação de um clube centenário por apenas R$70,00 e, pior ainda: apenas no papel, sem um vintém.

– Chegou-se à indecência, em até um ano antes das eleições de 2015, à distribuição de títulos do Jockey Club a estudantes, taxistas e por aí afora.

– Era realmente um quadro dramático, que ninguém – entre os muitos turfistas de bem – , e nem mesmo os críticos mais inflamados, quiseram “peitar” o ingrato desafio da presidência.

– Um Jockey, sem corridas, carta patente cassada, sem cavalos, uma vasta clientela de credores municipais, estaduais e federais, era, de fato, desafio para o milagre.

– Na hora de gritar e expulsar os vendilhões do templo, o consenso era esmagador. Mas aceitar a candidatura à presidência? A maioria gritante tirou o pé do acelerador.

– A causa era nobre, mas o pepino da herança maldita não era para qualquer valente, e o pior, o risco de se devolver a causa nobre a algum novo aventureiro bandido.

– Foram lembrados vários nomes para a presidência, entre criadores e proprietários, porém, somente um nome resistiu até a véspera da escolha: Paulo Irineu Pelanda.

– Pelanda, um apaixonado pelo turfe, como criador, proprietário e administrador, desde a Fazenda Rio Grande, e empresário bem-sucedido, relutava em aceitar.

– O clima era de enorme expectativa como se se estivesse esperando a escolha papal: habemos presidente? Alguém tinha que ir para o sacrifício, quase condenatório.

– Opção difícil, mas alguns líderes surgiram, dentre eles, Salomão Soifer e com um argumento à queima-roupa: “Pelanda esse desafio é só para vencedores. Você!”

– Vieram as novas eleições e a oposição de meia dúzia de gatos pingados desapareceu do prado voltando às suas origens duvidosas e o novo presidente a descascar o abacaxi.

– Um abacaxi que sabiamente distribuiu entre seus pares, que cumprem fiel e harmoniosamente a difícil missão de reconstruir o sonho de um novo turfe.

– Assim, se Paulo Pelanda não tivesse aceito o desafio presidencial, provavelmente estaria hoje arrependido, porque dificilmente o Tarumã estaria no caminho da sua reconstrução.