– Se o Papai Noel trocasse suas renas por uns puros sangues inglês, chegaria, com certeza, mais cedo com seus presentes aos hipódromos brasileiros.
– Mas tal qual Papai Noel, que não existe, o turfe brasileiro, mais do que nunca, precisa, depois de um 2016 difícil, reencontrar as suas origens.
– No faz de conta que Papai Noel existisse, com sua varinha mágica, os pedidos dos turfistas dariam para encher não uma carruagem, mas um comboio infinito.
– O primeiro pedido viria do Jockey Club de São Paulo, pedindo, pelo amor de Deus, que Papai Noel, desse um jeito de arrumar mais um predinho para ele vender.
– Na pindaíba que está o turfe paulista, com uma gestão mais que comprometida com o desastre, ou Papai Noel dá o toque mágico ou o cavalinho nacional pode capotar.
– São Paulo, queiram ou não, por toda a sua história e o potencial como entidade tradicional precisa ultrapassar essa realidade desencantadora.
– Dizer-se que não dependemos do Jockey paulista é não enxergar todo o hemisfério rico que ele ainda representa para o bem do turfe do Brasil.
– Enquanto o Jockey Club Brasileiro, continua com sua administração profissional e política com os pés no chão, liderando esse cenário, os outros do Sul sobrevivem.
– O Rio Grande do Sul, depois de tantos obstáculos dos últimos anos, tem dado a volta por cima, sem pedir pinico pra ninguém, vencendo as barreiras a seu modo.
– A reação do turfe gaúcho, tem sido indiscutivelmente, dentro dos seus parâmetros limitados, um exemplo de muita coragem e eficiência.
– No Paraná, a coisa não foi diferente ou talvez muito pior, quando ficou praticamente a margem literalmente das corridas nacionais, graças sua delapidação patrimonial.
– São coisas do passado, que não se esquecem e também não se perdoa, doa a quem doer, porque acima de tudo estão os seus 143 anos de muita luta honrosa.
– Mas no Paraná, o Papai Noel chegou bem mais cedo este ano, distribuindo esperanças mercê de uma plêiade de heróis, que unidos foram aos poucos resgatando nossa tradição.
– Não foi e não tem sido fácil, mas depois de praticamente falido, o turfe paranaense – acreditem – é referência nacional, tal a proeza ao ressurgir das cinzas.
– Mesmo com o caixa quase a zero, os prêmios, além de serem pagos em dia – sem alegação a que esforço – foram ainda aumentados a partir de 2017.
– Claro há muito ainda a fazer dentro do planejamento hípico, mas há de se aplaudir uma diretoria que sabe trabalhar em conjunto economizando os discursos.
– Um hipódromo que estava há quase dois anos às moscas, agora em suas corridas quinzenais se dá ao luxo de ter de duas a três mil pessoas, ao vivo, torcendo.
– Milagre de Papai Noel? Não, credibilidade, caráter, ética e bom senso, fatores que infelizmente faltam ao todo e ex-poderoso e ainda importante JCSP. Pena nacional.