Confraria do Turfe: por Luiz Renato Ribas

– Semanas atrás o editorial do Rizzon, no Jornal do Turfe, registrava os números falidos atuais da criação brasileira, com o Paraná reduzido a apenas 80 criadores.
– É realmente o registro dos atuais estabelecimentos criacionais associados à Associação dos criadores e proprietários de cavalos de corridas do Paraná.
– Mas criadores mesmo de puro sangue inglês talvez pouco mais da metade apenas, pois o restante são de quartos de milha, cavalo crioulo e de haras hoje, inativos.
– Realmente é um quadro desolador, considerando-se que a menos de três décadas o Paraná era um dos maiores centros criacionais do pais, beirando 300 haras.
– Como a premiação dos Jockeys Club cada vez mais defasadas, muitas sequer honradas (JCSP), era natural que o desestímulo à criação fosse inevitável.
– Voltando ao passado, quando foi fundado o JC do Paraná, em 1873, os cavalos eram mestiços, muitos puxadores de charretes e carroças criados no quintal ao relento.
– Nos dias das corridas, os cavalos vinham trotando até o Guabirotuba de bairros distantes, até 15 quilômetros como do Batel.
– Somente em 1909, o primeiro puro sangue vitorioso foi Seccion do criador João Weber, seguido mais tarde pelo mais célebre dos criadores do Paraná, o Carlos Dietzsch.
– E na construção do primeiro vagão ferroviário, em 1928, foi possível transportar cavalos paranaenses para atuarem nos hipódromos da Gávea e Cidade Jardim.
– Decorridos quase um século e meio, a matéria prima das corridas de cavalos está cada vez mais escassa, prestes a ser substituída pelos cavalinhos mecânicos.
– É o que se anuncia, com certo entusiasmo, a chegada das maquininhas caça-niqueis que vão salvar as entidades turfísticas, que de Jockeys Clubs mesmo, serão apenas passado.
– Como dizem os trovadores, a ordem é dançar conforme a música. Fazer o que?