O Ex-Governador Bento Munhoz da Rocha Netto teve participação decisiva na construção do Hipódromo do Tarumã. O 5º páreo, às 20:15h, leva o nome do homenageado.
Seguem abaixo alguns momentos históricos levantados pelo jornalista Luiz Renato Ribas.

NOVO HIPÓDROMO
Muitos defendiam, em 1948, a remodelação do Hipódromo do Guabirotuba, mas outros achavam que o terreno não oferecia as melhores condições. Assim, em setembro daquele ano, foram iniciadas as negociações entre o Jockey Club do Paraná, representado por Rubens Amazonas Lima, e o Desembargador Aristoxenes Bittencourt, para compra do terreno do Tarumã.
Mas, em 1949, ainda predominava a ideia da construção do novo hipódromo no próprio terreno do Guabirotuba, segundo declaração do secretário do Jockey Club, Marçal Maciel. Nomeou-se, inclusive, uma comissão para tratar do assunto, que estava assim constituída: Lineu Ferreira do Amaral (presidente), Raul Gutierrez, Epaminondas Ribeiro, Oscar Rocha e os demais integrantes da diretoria.
O prefeito Lineu Ferreira do Amaral, na primeira quinzena de setembro de 1949, assinou a lei 205: “incorporando as áreas específicas ao patrimônio do Jockey Club do Paraná”.
Lineu Ferreira do Amaral assumiu a presidência no dia 20 de janeiro de 1950, constando em sua plataforma a “reconstrução do Guabirotuba ou construção de novo hipódromo em local apropriado”.

AUTORIZAÇÃO
No dia 31 de agosto de 1950 o Governador Moyses Lupion “autorizou a aquisição de área necessária, reajustando o valor da avaliação das atuais instalações e terrenos do Jockey”. Desta forma o terreno do Guabirotuba passou para o estado e uma área no Bairro do Tarumã passou para o Jockey.

APOIO
No dia 30 de junho de 1951 Bento Munhoz da Rocha Netto compareceu ao terreno pela primeira vez como Governador do Estado, declarando na oportunidade ao presidente Lineu Ferreira do Amaral que daria todo apoio ao Jockey Club do Paraná para construção do novo hipódromo. Confirmou sua declaração oferecendo condições financeiras para a concretização do negócio.

PEDRO ALÍPIO
Pedro Alípio Alves de Camargo, no dia 12 de janeiro de 1952, assumiu a presidência do Jockey Club, encabeçando a chapa “Conciliação”. Logo no início de sua gestão começou a estudar o aspecto financeiro para a construção do novo hipódromo, que era o grande sonho dos turfistas.
A diretoria, em junho de 1952, organizou um gráfico do andamento das obras, cujo projeto era do engenheiro Edmir Silveira D’Avila, prevendo a inauguração do hipódromo do Tarumã para novembro de 1953. naquele mês foram iniciados os processos de terraplanagem e no dia 13 de setembro de 1952 foi realizada a solenidade de início da construção da arquibancada social, com as presenças do Governador Bento Munhoz da Rocha Netto e presidente Pedro Alípio Alves de Camargo
Em 22 de novembro de 1952 chegou a Curitiba Juan Regalia, técnico argentino e superintendente do Hipódromo Eva Perón, que veio estudar a construção da pista do novo hipódromo.
Alem de outros problemas, a marquise da arquibancada social teve que ser refeita e, desta forma, não foi possível a inauguração do Tarumã na data prevista.

FESTA DE DESPEDIDA
No dia 21 de novembro de 1955 realizou-se a emocionante festa de despedida do Hipódromo do Guabirotuba, que durante 56 anos foi palco das reuniões promovidas pelo Jockey Club do Paraná.
Humorada, uma filha de Fair Trader e Cuquita, de criação do Haras Paraná, que defendeu as cores de Pedro Alípio Alves de Camargo, venceu a última prova realizada, sob a direção de Macedo de Freitas e preparada por Rubens Gusso. Derrotou Eranio, assinalando 132″5/10 para os 2.000 metros.
Depois da saudação do presidente Pedro Alípio Alves de Camargo e do toque de silêncio, muitas lágrimas…

NOVO HIPÓDROMO
A mudança para o novo hipódromo começou no dia 22 de novembro. Naquela tarde a pista do Tarumã foi franqueada para trabalhos. O presidente Pedro Alípio Alves de Camargo convidou Flávio Macedo para cortar a fita. Fair Diplomat (Helmar Cezar) e Humorada (Constante Bini) foram os primeiros animais que galoparam na raia externa do Tarumã.

INAUGURAÇÃO
Dia 10 de dezembro de 1955, às 11 horas da manhã, realizou-se a solenidade oficial com as presenças do Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, Prefeito Ney Braga, Secretário de Saúde Joaquim de Mattos Barreto, Presidente Pedro Alípio Alves de Camargo e as grandes figuras do turfe do Paraná.
As 13:30 horas do mesmo dia, Mario de Araujo Marquez ordenou a partida da primeira corrida realizada no Hipódromo do Tarumã, denominada Grande Prêmio “Inaugural”. O vitorioso foi o cavalo Miguel Ângelo, sob a direção de Pierre Vaz e o preparo de A. Garcia, defendendo as cores do Haras Fazenda Nova.
No dia seguinte foi a vez do Grande Prêmio Paraná 1955, com a vitória do cavalo Salomão, que defendeu as cores de Atílio Loss Tedesco. Recebeu a direção de R. Arede e o preparo de Nereu Miltzareck.

Um pouco mais sobre a biografia de Bento Munhoz da Rocha Netto

Bento Munhoz da Rocha Neto
34.º Governador do Paraná
Período: 31 de janeiro de 1951 até 3 de abril de 1955
Antecessor: Moisés Lupion
Sucessor: Antônio Annibelli

Dados pessoais
Nascimento: 17 de dezembro de 1905 – Paranaguá, Paraná
Morte: 12 de dezembro de 1973 (67 anos) – Curitiba, Paraná
Nacionalidade: brasileiro(a)
Profissão: Engenheiro

Bento Munhoz da Rocha Neto (Paranaguá, 17 de dezembro de 1905 — Curitiba, 12 de novembro de 1973) foi um engenheiro, professor, escritor, sociólogo e político brasileiro.
Foi deputado federal de 1946 a 1950, quando foi eleito governador do estado do Paraná, governando de 31 de janeiro de 1951 a 3 de abril de 1955.
Em 1955 assumiu o Ministério da Agricultura, e de 1958 a 1962 foi deputado federal.

Biografia
Filho de Caetano Munhoz da Rocha, presidente do Estado por duas vezes, nos anos 20, engenheiro civil, formado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, intelectual, ensaísta e professor, presidiu o Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná. Lecionou História da América na Universidade Federal do Paraná, Sociologia na Universidade Católica e Economia Política na Faculdade de Engenharia.

Carreira política
Foi deputado federal constituinte de 1946 a 1950, quando foi eleito governador do Estado do Paraná e, em 1955, assumiu o Ministério da Agricultura, e de 1958 a 1962 foi deputado federal. Como deputado constituinte, foi primeiro secretário da Câmara Federal, sendo um dos líderes do movimento que extinguiu o Território do Iguaçu, criado pelo Estado Novo.
Eleito governador do Paraná por uma coligação de partidos para o quinqüênio 1951–1955, não concluiu inteiramente seu mandato, renunciando à governança em 2 de fevereiro de 1955, para ser candidato à vice-presidência da República. Desarticulado o movimento, ocupou a Pasta da Agricultura, nos governos de Café Filho e Carlos Luz.
O Teatro Guaíra nasceu durante a gestão de Bento Munhoz da Rocha, governador do Paraná na época em que foi concebido o complexo do Guaíra. Visionário e idealista, ele também concebeu projetos como a construção da Biblioteca Pública do Paraná e do Centro Cívico – área que hoje reúne vários órgãos públicos estaduais, em Curitiba.
Como governador, criou a Fundação de Assistência ao Trabalhador Rural, a Secretaria do Trabalho e Assistência Social, iniciou a construção da Usina Termelétrica de Figueira, iniciou o asfaltamento de grandes rodovias no Estado, com o trecho Londrina–Apucarana. Construiu parte da então Estrada do Café, fundou a Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), fundou as Casas Rurais. Edificou o Palácio Iguaçu, e a Biblioteca Pública do Paraná; construiu centenas de grupos escolares, postos de puericultura, promovendo outros benefícios. Em seu governo comemorou condignamente o centenário da emancipação política do Estado (1953).

Carreira literária
Projetou-se em âmbito nacional e internacional por sua fértil produção como ensaísta e sociólogo.
Entre suas catorze obras publicadas, destacam-se: Uma Interpretação das Américas (traduzida para o inglês), Radiografia de Novembro (2ª edição), Mensagem da América (traduzida para o inglês), Itinerário (2ª edição), Perfis, Tingüís e Presença do Brasil, entre outras.