A vitória de Lionel The Best marcou a quinta vitória do treinador Márcio Ferreira Gusso no Grande Prêmio “Paraná”. Marcado para sempre na história do Grande Prêmio, Márcio concedeu uma breve entrevista ao Jockey Club do Paraná, onde fez questão de enaltecer o trabalho do veterinário Dr. Rubens Gusso nesta, e em outras conquistas.

Antes da entrevista, sempre é bom lembrar. O momento em que o que o cavalo cruza o disco em primeiro lugar é o ápice do trabalho de toda uma equipe. Fazendo juz a esse trabalho, que se registre que o time Lionel The Best é formado por Eraldo Palmerini na criação, muito bem assessorado pelo Dr. Alessandro Mercadante, veterinário do Haras Palmerini; Dr. Cid Campelo é o proprietário; Dr. Rubens Gusso é o veterinário; Claudiano Conceição dos Santos, o Cau, é o cavalariço; Fábio Fernando Stinghen é o segundo gerente e também o galopador; e Ismael Coelho é o ferreiro. Bruno Queiroz foi o jóquei campeão. Márcio Ferreira Gusso é o treinador, e é ele o entrevistado:

Jockey Club do Paraná: Golden News, Innamorato, Mr. Pleasentfar, No Ar e Lionel The Best. O que muitos buscam ganhar ao menos uma vez, você ganhou cinco. Qual é o sentimento após mais uma vitória no GP “Paraná”?

M. F. Gusso – Olha, o sentimento é como se fosse a primeira vitória num Grande Prêmio. Ela é renovadora, como se fosse a primeira vez, é fantástico! É o tipo da sensação que só ganhando para a gente saber, para a gente ter. Então, é uma maravilha, é aquele sentimento de ter chegado lá, de ter conquistado, de dever cumprido.

JCPR – Sobre o Lionel The Best, após aquela brilhante vitória no Grande Prêmio “Ipiranga” – (G1), apesar de ter corrido bem nas outras provas, a segunda coroa não veio. O que você acha que faltou nas provas restantes da Tríplice Coroa paulista?

M. F. Gusso – Vendo as três corridas da Coroa, sem dúvida no Ipiranga ele teve um ótimo percurso, muito feliz, tranqüilo e isso ajuda bastante e faz diferença. Na segunda prova teve um percurso muito atrapalhado, saiu brigando na embocadura, ele é muito delicado, muito sensível de boca, como a gente fala. Ele saiu brigando demais e isso desgasta muito ele. Isso aconteceu na segunda prova em toda a reta oposta. Aconteceu também na reta oposta do Derby. Os da frente vão parando, ele estava na baliza 1. Ali ele briga e teve um prejuízo grande na cabeça da curva. Mesmo assim, nos 200 ele chega a pontear o páreo e dá uma cansada. Então, claro, cada corrida é uma corrida, o ritmo é diferente e os detalhes fazem com que variem muito essas coisas.

JCPR – Como surgiu a ideia de inscreve-lo no Paraná? Já estava no planejamento inicial ou veio sendo amadurecida com o tempo?

M. F. Gusso – Ele voltou bem de São Paulo, após o Derby, viajou bem, tranqüilo, estava tudo em ordem. Pensamos, eu e o Dr. Cid, trocamos uma idéia sobre qual seria a próxima atuação e achamos que daria para correr o Paraná sem problemas. Claro, fazendo acompanhamento com ele até o dia da inscrição para ver se daria, e inscrevemos.

JCPR – O passo seguinte foi a escolha do jóquei. O que pesou na volta de Bruno Queiroz ao dorso de Lionel The Best?

M. F. Gusso – Por já ter montado e já conhecer o cavalo, automaticamente seria o Rocha. Porém, ele não poderia porque havia o Campelanda. Então, nós optamos pelo Bruno porque ele já viria para cá montar a Pegaus e como ele já havia ganho com o cavalo ficaria tudo mais fácil.

JCPR – E quais foram as orientações passadas ao Bruno Queiroz?

M. F. Gusso – As duas derrotas na Tríplice Coroa nos fizeram aprender um pouco. Com isso, pedi ao Bruno que largasse e corresse com os ponteiros, não necessariamente na frente, mas correndo com os ponteiros. Sem brigar com ele, deixando ele galopar, deixando ele florear. E lá no começo da curva dá para ver que ele vem mais fácil que os outros e que ele não perderia.

JCPR – O que esperar de Lionel The Best? Quais serão os próximos desafios?

M. F. Gusso – Vai descansar agora até o final do ano! Ele merece. Fez uma campanha exaustiva na Tríplice Coroa Paulista. São viagens, uma atrás da outra, e mais uma prova fortíssima como foi o Grande Prêmio “Paraná”, então ele merece um descanso. Então não sei dizer ainda qual será o próximo passo. Não decidimos, não conversamos, mas acredito que iremos falar sobre isso nas próximas semanas.

JCPR – A quem você dedica esta quinta vitória no Grande Prêmio “Paraná” – (G3)?

M. F. Gusso – Eu gostaria de fazer um agradecimento especial ao Dr. Rubens Gusso, o veterinário do cavalo e veterinário dos nossos cavalos nas últimas décadas. Sempre muito ético, muito trabalhador, muito competente e essa vitória é com certeza para ele. O Dr. Rubens está encerrando a profissão de veterinário clínico de cavalo, está parando, vai continuar fazendo outras coisas, mas ele está parando com a clínica de cavalos no Jockey Club. Ele está saindo por cima, fechando esta fase dele com chave de ouro, vencendo um Grande Prêmio Paraná. Uma coisa que os veterinários passam a vida tentando e não conseguem, ele venceu quatro. Dos cinco que eu ganhei ele acompanhou e ajudou em quatro. Então quem merece os parabéns, mesmo, nessa vitória do Lionel é o Dr. Rubens.