Em 21 de junho de 1986, Júlio César perdia o último pênalti da série que decidia o classificado para as semi-finais da Copa do Mundo, em partida contra a França. O jogo sacramentou o fim de uma das gerações de jogadores mais brilhantes que o Brasil já teve em sua história, deixando a população brasileira entristecida, mas sem perder a fé. Uma espera de doze anos aconteceria até que a seleção brasileira ganhasse outra Copa do Mundo. Em 1994, após um empate em 0 x 0 com a Itália, após uma série de pênaltis, o Brasil novamente conquistava a glória máxima no futebol.

Em novembro de 2008, Sorrentino já havia ganho as primeiras provas da Quádrupla Coroa de Potros e reunia todas as condições para conquistar a terceira coroa. No entanto, uma linfangite tirou o craque da prova e com isso a chance de vencer o Derby Paulista, deixando seus proprietários, Carlos Roberto Fernandes e José Cid Campêlo Filho muito entristecidos. Uma espera de doze anos aconteceria até que novamente um dos proprietários de Sorrentino, Dr. José Cid Campêlo, visse um de seus pensionistas levantando o Derby Paulista. Em 14 de novembro de 2020, após uma partida a frio, Own Them atropelou quente e ultrapassando todos os 13 competidores da prova na reta de chegada, cruzou o disco em primeiro lugar.

Confira, a seguir, a entrevista gentilmente concedida pelo Dr. José Cid Campêlo Filho ao Jockey Club do Paraná, que num primeiro contato fez questão de lembrar que seu sócio, Dr. Tiago Castellano, teve papel fundamental na história do potro Own Them, campeão do Derby Paulista de 2020.

Jockey Club do Paraná – Qual é o histórico da parceria Stud My Hero Dad e Castellano Stud? Own Them é o maior sucesso dela

Dr. José Cid Campêlo Filho – O ano de 2020 é o primeiro ano da parceria. Começou com o tio do Tiago Castellano, José Antonio Castellano. Este tinha 5 produtos da geração 2017 e o Tiago tinha 3. Então adquiri metade de todos eles. São 7 filhos do Salto e um do Courtier.

JCPR – A vitória nunca é surpresa para o proprietário, porém Own Them teve uma péssima partida. O Casella falou o nome dele no início e só foi cita-lo novamente nos 150 finais. Durante a prova o senhor ficou com o binóculos em Lionel The Best ou em Own Them?

JCCF – Fiquei o tempo inteiro de olho no Lionel The Best. Só vi a péssima largada do Own Then e no final quando vi que não dava para o Lionel the Best e fui ver quem estava na frente. Aí tive a grata surpresa de ver o número 1 e rapidamente pensei: esse Own Then é o nosso. Aliás, Own Them em português significa “Ganhe deles”.

JCPR – Own Them tem uma campanha tanto inusitada quanto acertada. Estreou numa preparatória para o “Paraná” e já na sequência foi correr o Derby. Como vocês vêm decidindo a campanha do craque?

JCCF – De comum acordo. O Tiago me informa dos detalhes do treinamento e sugere o que correr. Então decidimos, geralmente com a concordância dos dois! (Risos) A escolha do jóquei foi totalmente dele.

JCPR – Ganhar um Derby é o sonho de todo e qualquer proprietário de cavalo de corrida. É possível descrever a emoção de uma vitória como essa? A ficha já caiu?

JCCF – A emoção é indescritível! Com sinceridade a ficha ainda não caiu. Tive a oportunidade de quase correr um Derby em 2008 com o Sorrentino, de propriedade minha em parceria com o Carlos Roberto Fernandes. Ele ganhou as primeiras duas provas da Coroa e sempre muito fácil. Mas, infelizmente, ele teve uma linfangite e não pode correr o Derby. De comum entre os dois cavalos, o veterinário Dr. Maurício Pontarolo. Agora me sinto “Tríplice Coroado”!

JCPR – Já houve alguma conversa com o Tiago Castellano sobre os próximos planos para Own Them?

JCCF – Ainda não. A única coisa que combinamos é que nas próximas semanas ele só vai passear.

JCPR – Por fim, a quem o senhor dedica esta vitória?

JCCF – A todos que de uma forma ou de outra nos ajudaram. Em primeiro lugar a minha mulher, minha companheira dos bons e maus momentos. Ao Tiago e ao José Antonio Castellano. Ao jóquei Alex Motta. Ao treinador Edgar Araujo. Ao veterinário Maurício Pontarolo, ao Alair (gerente), aos jóqueis que trabalharam o cavalo no dia, Paiva, Rocha (grande jóquei, meu ídolo) Rafael, aprendizes… Dedico também a vitória à minha equipe do Lionel The Best: Márcio e o Rubinho Gusso, Stinghen, Cau e  J. Ricardo.