O Sr. Clemente Moletta receberá homenagem do Jockey Club do Paraná no 5º páreo da programação do próximo dia 06 de julho de 2017.

Nascido em 26.11.1927, natural de São José dos Pinhais, Paraná, desde pequeno trabalhava na raia de propriedade de seu pai, o Sr. Antônio Moletta, que promovia desafios com cavalos mestiços.

O jovem Clemente, desde os seus 15 aos 20 anos de idade era tratador, treinador e jóquei dos seus cavalos, assim como dos animais do Sr. Eduardo Ferreira.

Nessa época, tanto em sua raia, em São José dos Pinhais, como no Hipódromo do Prado Velho, competiam, sem distinção, cavalos puros com cavalos mestiços e a família Moletta, com seus pupilos mestiços, ganharam muitos prêmios, cabendo citar os animais GLEBA, TAPIR e TIROLESA.

Pelos idos de 1947, quando aos 20 anos de idade, o jovem Clemente Moletta percebendo que, por excesso de peso, não poderia mais montar seus animais, contratou para galopá-los o jovem Eduardo Gosik, que mais tarde passou a ser um dos seus treinadores, hoje nosso Grande Mestre.

Sempre arrojado, em 1952, tendo em suas mãos a égua mestiça LEMBRADA, notando que a mesma tinha um grande potencial, pediu ao treinador, Rubens Gusso, para escrevê-la em 1.200 metros, no Guabirotuba. Vinda diretamente de sua raia, com dificuldade para encontrar um jóquei que a montasse, entregou as rédeas para o então aprendiz Pedro Nickel, que a levou à vitória. Pedro Nickel, outro grande destaque do nosso turfe, também, mais tarde, passou a treinar seus animais.

Pelos idos de 1954 montou uma leiteria, onde até hoje está sediado o Haras Clemente Moletta, e desde então passou a residir no local com sua família, sempre investindo no turfe e, para aprimorar sua criação, percebeu que deveria adquirir éguas PSI. Assim pensando, viajou à SP com seus irmãos onde adquiriram, na Chácara do Ferreira, as primeiras 3 éguas PSI do plantel dos mesmos.

Continuando a investir em seu sonho, já no Tarumã, veio a adquirir de Hugo Kosop a égua BERNADETE, que em 1957 ganhou montada por Constante Bini, várias carreiras.

Cabe destacar que passaram por suas mãos os reprodutores PINGA FOGO, LOCIGAL, MURATORE, TESOURO e, atualmente, conta com o já consagrado É DO SUL, que comprado desmamado e recriado em seu haras, foi vencedor de vários clássicos, ingressando como reprodutor no Haras Clemente Moletta, produzindo vários filhos, também, clássicos e que está em franca ascensão. Ele gosta de destacar importantes parceiros de sua criação: Ricardo Slaviero, Edmundo Pezzoni Junior, Sadao Suzuki, José Cid Campelo, Guido Pelanda, entre outros.

O Haras Clemente Moletta sempre esteve em destaque e em plena atividade, com a dedicação diária de seu proprietário, desde a sua fundação, perdura até os dias de hoje, podendo ser citados os animais, dentre vários ganhadores:

1. DÁ-LHE GRISON – GP Paraná – Gr I

2.DÁ-LHE SALVADOR – GP Pres. Vicente Renato Paolillo – GII; GP Quari Bravo – GR III; Cl. Pres. Augusto de Souza Queiroz (L); 2 vitórias no Uruguai

3. DÁ-LHE SENADORA – IV Copa SP de Velocidade; GP Emerald Hill – GR III; Cl. Pres. João Carlos Leite Penteado (L)

4. DÁ-LHE REQUEBRA – Cl. Primavera (L)

5. DÁ-LHE GHADEER – expressiva campanha no Uruguai

O Haras atualmente conta com um plantel de 9 (nove) matrizes.

Podemos afirmar sem errar que o Haras Clemente Moletta desde seu início conquistou mais de 500 vitórias, pois só com os 35 filhos do reprodutor TESOURO foram 115 vitórias e recentemente conta com as do seu novo reprodutor É DO SUL.

O Sr. Clemente Moletta é um exemplo de um grande amante do turfe, que cria há mais de 60 anos ininterruptamente e, o que é mais notório, com o mesmo entusiasmo, seguindo seus pupilos para aonde quer que os mesmos vão competir, como tem acontecido ultimamente para o Uruguai, aonde tem tido grande sucesso.

Haras de projeção, que sempre foi e continua sendo guiado com carinho e rigor, pelas rédeas de um dos nossos mais antigos turfistas, exemplo a ser seguido por todos.

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(texto: Sônia Gama Ruberti Birskis, Diretora Social do JCPR)