Os prados celestes celebram hoje a estreia de um “novo” piloto. Mesmo não sendo necessário, o Jockey Club do Paraná preparou uma carta de recomendação aos proprietários e profissionais do andar de cima, conforme abaixo:

Prezados,

Albênzio Barroso foi uma lenda entre nós. Começou a montar no final da década de 50 e terminou sua carreira em meados da década de 90. Conquistando mais de cinco mil vitórias, ganhou dezessete vezes a estatística no Hipódromo de Cidade Jardim, nosso co-irmão. Aqui no Jockey Club do Paraná, sua presença era sempre notada com entusiasmo. O público o tinha como grande ídolo, admirando sua tocada incomparável nos finais de corrida, e suas montarias sempre eram acompanhadas com muita expectativa.

Em nosso hipódromo, ganhou por três vezes o Velocidade: 1971, com Jererê, propriedade da Coudelaria São Paulo e treinamento de J. B. Gonçalves; 1973, com Juliata, propriedade do Sr. Francisco Dionísio Neto e treinamento de S. Ferreira; e vejam só, 1997, com Maestrino, de propriedade do Sr. João Carlindo e treinamento de C. Carlindo.

Na milha, venceu duas vezes: 1971, com Aradulce, propriedade do Sr. Alfredo Silvio Colle e treinamento de Z. Santos; e 1973, com Mi Cazula, propriedade do Stud Hardamo e treinamento de C. Cabral.

O Grande Prêmio “Paraná” foi por ele vencido também duas vezes: 1964, com El Asteroide; e 1970, com Estentor, ambos de propriedade do Sr. Luiz Spinola e treinamento de A. P. Silva.

Pedimos notar com muita atenção sua habilidade em utilizar o chicote quando extremamente necessário. Ele tem o costume de trocá-lo pela conversa, e os cavalos sempre o escutam. É sua voz que serve de alerta para o aumento do ritmo, e sua postura em cima do cavalo é tal qual a de um arquiteto, fazendo vento correr a seu favor e se atentando para todas as peripécias da corrida.

Não temos como expressar a falta que o Feiticeiro, como nós o chamamos carinhosamente, faz em nossas corridas. Também não temos como expressar a falta que a presença dele será sentida por todos os amigos e familiares que conviveram com ele.

Fiquem com Albênzio Barroso para sempre, assim como nós ficaremos.

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Faleceu na noite do dia 03 de julho de 2020, vítima de câncer intestinal, Albênzio Barroso, 77 anos de idade. O Jockey Club do Paraná presta condolências a todos os amigos e familiares do Feiticeiro neste momento difícil da partida.

A. Barroso e Dona Margarida Polak Lara

A. Barroso montando cavalo do criador e proprietário paranaense João Luiz Garcez

Capa da Revista Turf e Fomento com destaque para A. Barroso

Matéria da revista Turf e Fomento sobre A. Barroso