Hoje é um dia muito especial para o turfe paranaense. Há exatos 82 anos, alguns apaixonados por corridas de cavalos decidiram formalizar uma paixão que os consumiam e valorizar os serviços de quem disponibilizava seu tempo e talento para divulgar o turfe.

No dia 04 de março de 1937, Francisco Castellano NetoOtacílio ReisJoão RibeiroPedro Stenghel GuimarãesRadamés Schiavon e Saul Lupion Quadros fundavam a Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná – ACTP.

De lá para cá muita coisa mudou. Dos diversos programas radiofônicos que transmitiam e repercutiam o turfe não restou nenhum. Em 2017 e 2018 a Rádio UniFM 94,5 MHz chegou a convidar turfistas para entrevistas e divulgar reuniões. Mas nada comparado com outrora.

Raphael Munhoz da Rocha: ícone.

As colunas em jornais impressos, que ficavam coladas nos vitrais da arquibancada social não existem mais. E os cronistas, como Luiz Renato RibasEdson RuckRaphael Munhoz da Rocha NetoDalton Mehl Andrusko, Ivo Chiarelo e diversos outros com passagens por grandes veículos hoje já não são mais lidos.

Em exceção apenas dois veículos. O Jornal do Turfe, maior impresso segmentado do país – e quiçá da América do Sul – ainda apresenta uma coluna semanal de Dalton Mehl Andrusko. E o Bem Paraná também publica uma coluna semanal em seu impresso, as quintas-feiras, dando um pouco de protagonismo ao esporte que tanto amamos. Antes, Diego Lobo Telles e Gerson Borges de Macedo eram os responsáveis pelas publicações no Bem Paraná/Jornal do Estado.

Ivo Chiarelo trabalhando na redação da Gazeta do Povo.

Mas a “deserção” de alguns tabloides em publicar turfe não é apenas de cunho estadual. Em São Paulo o Estadão deixou de ser impresso, com isso, o espaço dedicado ao turfe se esvaiu.

No Rio de Janeiro, local onde o Jornal do Brasil e O Globo “brigavam” pela melhor cobertura do Hipódromo da Gávea, também hoje estão sem nenhuma referência impressa. No ano passado a PMU Brasil buscou um espaço no Jornal e, com muito talento de Karol Loureiro, foram publicadas algumas matérias.

Festa de 70 anos da ACTP (site Galopando).

Mas hoje é aniversário da ACTP, então merecemos comemorar. Primeiro temos que enaltecer a volta das corridas, com diretoria idônea e honesta, completando quatro anos de prêmios em dia e ótima organização.

No entanto, ver nomes novos e antigos retornando ao turfe fazem com que esta data seja exaltada. A equipe da TV Turfe – Paraná, formada por Gerson Borges de MacedoPalmiro Vaccari NetoErick Cunha e por vezes José Luis Lobo é muito boa.

Carlos Cesar Carlindo, um grande nome do turfe paranaense também brilha com seu Galopando. O Memórias Paraná, do grande Luiz Renato Ribas ainda colhe depoimentos de grandes turfistas. E não podemos nos esquecer de Victor Augusto Correa, que escreve textos muito bons. Além deles, os fotógrafos Estéfano LessaRubens Nemitz Junior e Luiz Melão retratam as corridas e suas chegadas emocionantes como ninguém.

O turfe paranaense ainda recebe visitas ilustres em datas importantes. Karol Loureiro faz questão de retratar em seu “Falando de Turfe” e na revista semanal o que acontece no Tarumã. Marcos Rizzon, publisher do Jornal do Turfe, também cede importante espaço ao nosso estado em sua publicação semanal. De São Paulo, por vezes recebemos Porfírio Menezes e Marília Lemos para contarem nossas histórias através de fotos.

Enfim, talvez esta “classe” de hoje não seja tão grandiosa quanto os nomes citados acima, verdadeiras lendas. Contudo, estão ainda escrevendo sua história, para que as futuras gerações possam ter uma referência.

O que realmente importa é que ela existe. E que cada vez que alguém vá até a sala da ACTP e olhe aquela placa de bronze homenageando os fundadores da Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná, sinta o “fervilhar no estômago” e se arrepie ao saber que também está fazendo parte daquela história.

Vida longa a ACTP e que os profissionais – cronistas de turfe – possam honrar estes 82 anos de história. Parabéns a todos os envolvidos na Crônica Turfística Paranaense.

*Matéria original do Portal Bem Paraná.