* Em 1956, onde a maioria dos nossos leitores-turfistas sequer estavam na barriga da mãe, aconteceu uma história verídica, no Tarumã, de um cavalo chamado Nolchi.

* O cavalo era um assombro. Em quinze saídas apenas perdeu – propositadamente – a primeira corrida e nenhuma mais, até mesmo quando nem sequer correu…

* As fáceis vitórias do Nolchi, que começou correndo no páreo de perdedores e chegou aos clássicos, logo foram alvo de investigação quanto a sua real identidade.

* Nolchi era de provável origem uruguaia, porém registrado no Stud Book Brasileiro como gaúcho filho de Sombreador e Granulada, origem essa nunca provada e nunca desmentida.

* Nolchi havia sido trazido do Rio Grande do Sul pelo Jockey Club do Paraná, junto com outros animais, para leilão e aqui foi adquirido pelo turfista Epaminondas Ribeiro.

* O cavalo era realmente, independentemente de sua origem, um craque imbatível, tanto que foi inscrito em todos os clássicos, grandes prêmios, incluindo o “Paraná”.

* Mas paradoxalmente, o próprio Jockey Club do Paraná e o Stud Book Brasileiro proibiram, depois, o “cavalo-gato” de correr em qualquer hipódromo do Brasil.

* Inconformado, seu proprietário, recorreu à justiça cujo processo terminou defendido pelo causídico paranaense Dr. Luiz Carlos Marinoni, testemunha ainda viva do episódio.

* Resumo da ópera: Nolchi, mesmo não correndo um único grande prêmio, foi dado como ganhador judicial de todos eles. Custo da causa ao JCP: US$ 300 mil dólares.

* O tempo passou e a lenda de sua existência ficou: o nome de batismo de Nolchi era “Príncipe”, nascido e criado numa das fazendas uruguaias do ex-presidente João Goulart.